Foto: Renan Mattos (Diário)
Grupo que integra o projeto se prepara, agora, para enfrentar a mostra estadual do Cpers
O Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso, localizado na Cohab Fernando Ferrari, no Bairro Camobi, desenvolve, desde 2016, o projeto "Edna Cultural - Construindo uma escola crítica". O projeto, que envolve cerca de 20 estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, dos 13 aos 18 anos, foi apresentado no 2º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) e foi selecionado para participar da etapa estadual, onde mais de 150 trabalhos serão expostos nos dias 28 e 29 de novembro, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.
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A proposta do projeto é difundir novas relações políticas e pedagógicas entre a comunidade escolar estabelecendo um território de resistência aos ataques às instituições públicas. A ideia é defender o ensino público, valorizar a produção e habilidades dos alunos, ex-alunos e pessoas que fazem parte do cotidiano do local.
- Acreditar na habilidade dos alunos e comunidade escolar é uma estratégia de resistir enquanto escola pública, que geralmente passa por uma série de dificuldades de ordem estrutural, pedagógica, de desvalorização. Muitas vezes, o que é noticiado são os atos das greves, as condições precárias, o conflito entre professor e aluno, e queremos mostrar também o que há de bom nas escolas estaduais - explica o professor orientador, Alan Patrik Buzzatti.
A cada início de ano letivo, é realizado um lançamento do projeto Edna Cultural, onde são definidas as temáticas, oficinas e palestras a fim de estabelecer processos ao longo da temporada. Segundo Buzzatti, durante a mostra cultural que ocorrerá em Porto Alegre, serão realizadas palestras e discussões, em dois dias de evento. O projeto da escola santa-mariense será avaliado por uma comissão julgadora, que vai eleger as melhores ideias para a etapa nacional.
FAZER A DIFERENÇA
No grupo de alunos, é notório o envolvimento de cada um com o projeto desenvolvido no Edna May Cardoso.
- Acho importante a iniciativa para juntar a comunidade escolar. Destaco o moralismo, aprender a grafitar, e o principal, para mim, são as reuniões que acontecem seguidamente e que fazem com que a escola fique menos entediante. Não ficamos naquilo só de estudar, mas também nos envolvemos em oficinas escolares - afirma Anelise Soares, 18 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio.
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O estudante do 1º ano do Ensino Médio, Nicolas Martins, 15 anos, classifica o projeto como algo que visa fazer a diferença.
- O Edna Cultural acaba com aquela ideia de que o aluno vai para a escola, não vai gostar e vai querer voltar logo para casa. Quer mostrar que não é um projeto qualquer e, sim, algo que pode fazer a diferença. A ideia é desenvolver uma boa imagem da instituição, mostrando que dentro dos colégios públicos tem coisas boas sim. A escola torna-se um local agradável, que o estudante gosta de frequentar - diz Nicolas.
Para encerrar a programação de 2018, no dia 15 de dezembro ocorrerá o Edna Cultural na Escola, com o objetivo de unir estudantes, trabalhadores e comunidade em defesa da escola pública. O evento é um espaço de socialização dos trabalhos criados dentro do colégio.
PRÓXIMAS AÇÕES
- 28 e 29/11 - Participação na 3ª Mostra Pedagógica do Cpers/Sindicato, em Porto Alegre, na Praça da Alfândega
- 15/12 - Edna Cultural na Escola, que busca promover a socialização dos trabalhos criados dentro do colégio. Ocorre na própria instituição, das 8h30min às 18h